18 de jun. de 2010

FAVELA PAINTING PART II

Já postei uma vez sobre o "Favela Painting", mas venho novamente dar ênfase a esse fenômeno artístico tão simples e fantástico que vem acontecendo em algumas favelas no Rio. E isso tudo se deve a dois gringos: Jeroen Koolhaas e Dre Urhahn ou Hass&Hahn como é conhecida a dupla de holandeses.

O projeto começou em 2006, na Vila Cruzeiro. Junto com os moradores, que são treinados para desenvolver o trabalho com perfeição, transformaram o morro num gigantesco rio de carpas. A repercussão foi mundial e deu possibilidade de expansão do projeto

A segunda ação da dupla foi no Morro Santa Marta, onde transformaram com muita cor a praça central e a quadra da escola de samba. Atualmente estão captando fundos para voltar ao Rio este ano e continuar o projeto por toda a favela. Tomara que venham ainda muitos outros.


Biografia dos Fundadores:

Dre Urhahn: Nascido em Amsterdã em 1973. Depois estudar chinês em Leiden por dois anos, começou a trabalhar na mídia. Trabalha como jornalista, copywriter e diretor de arte e trabalha da supervisão de eventos a produção de televisão.

Jeroen Koolhaas: Nascido em Roterdã em 1977, Jeroen estudou design na Academia de Design em Eindhoven onde fez cursos em vários meios de comunicação incluindo design gráfico, arquitetura, produtos e animação. Graduou-se como designer gráfico e desde então trabalha como ilustrador para o New Yorker e desenhista áudio-visual freelancer.

Fotos:











FINOK E A COPA NO BRASIL!









BEZERRA DA SILVA, DA MALANDRAGEM A FÉ EVANGÉLICA


José Bezerra da Silva (Recife, 23 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2005) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro, considerado o embaixador dos morros e favelas. Cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical.

Os principais temas foram os problemas sociais dentro das comunidades, entre eles: a malandragem e ladrões à margem da lei, a maconha, e outras linguagens. É considerado um dos principais expoentes do samba do estilo partido alto.

Nordestino, desde a infância foi ligado à música e sempre "sentiu" que apresentava o dom de tocar, causando atritos com a família.

O pai, da Marinha Mercante, saiu de casa quando Bezerra era pequeno, vindo morar no Rio de Janeiro. Com isso, depois de ingressar e ser expulso da Marinha Mercante, descobriu o paradeiro do pai e veio atrás dele. Causando mais atritos com o pai, foi morar sozinho, no Morro do Cantagalo, trabalhando como pintor na construção civil. Juntamente, era instrumentista de percussão e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950.

Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou suicídio e foi "salvo" por um Santo da Umbanda, onde ele se tornou um praticante até ingressar numa Igreja Evangélica. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.
Inicialmente gravou músicas sem sucesso. Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra notabilizou-se por um estilo Sambandido (ou Gangsta Samba), precursor mesmo do Gangsta Rap norte-americano. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a transmitir do outro lado da trincheira da guerra civil não declarada: "Malandragem Dá um Tempo", "Seqüestraram Minha Sogra", "Defunto Cagüete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".

Em 1995 gravou pela Sony "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Em 2001 retornou à fé evangélica através da Igreja Universal do Reino de Deus e em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel. Em 2005, perto da morte, mas ainda demostrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa, Velhas Virgens e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Bezerra morreu na manhã de segunda-feira, dia 17 de Janeiro de 2005 aos 77 anos, depois de sofrer uma parada cardíaca. De acordo com o último boletim médico, a causa do óbito foi falência múltipla dos órgãos. O corpo de Bezerra foi velado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O sepultamento foi em uma terça-feira no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju.

Bezerra estava internado desde o dia 28 de outubro, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, com embolia pulmonar e pneumonia.
O curioso desta data é que Bezerra se auto-intitulava "o bom malandro", por isso quando morresse, queria que não fosse numa sexta-feira ou feriado, para não atrapalhar a praia dos amigos. E morreu numa segunda-feira - ou seja, depois do fim-de-semana e no dia 17 de janeiro, o primeiro mês do ano. 1 7 1.

Frases:

"Quando a malandragem é perfeita ela queima o bagulho e sacode poeira."

"Toda hora tem gíria no asfalto e no morro porque ela é a cultura do povo."

"Bom malandro é cadeado. Nada sabe e nada vê."

"Sou um malandro perfeito, tenho sessenta mulheres. Cinqüenta andando a pé, nove me perturbando e uma em casa de fé."

"Conheço muito malandro que é malandro de conversa. Se a mulher não mete os peito, eles passa fome à beça"

"O meu salário é o mínimo, porém é o máximo que eu consigo vencer, desconto pro INPS e o maldito Leão ainda quer me morder."

"E malandro é malandro e mané é mané"

"Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão"

"Otário só tem dois direitos: tomar tapa e não dizer nada"

"Eu conheço uma pá de otário metido a malandro que anda gingando, crente que tá abafando, e só aprendeu a falar: Como é que é? Como é que tá?"

"Ai gente boa, se num tem intimidade com caneta mete o dedão no papel que tá assinado nosso acordo"

Eu sou cobra criada e tenho muito veneno. Sou neto da madrugada e afilhado do sereno"

"O morro é pobre e a probreza nao é vista com franqueza nos olhos desse pessoal intelectual"

"Em transação de malandro não se põe areia e se tentar atrasar a coisa fica feia"

"Sou produto do morro por isso do morro não fujo e nem corro"

"Com dinheiro tudo bem sem dinheiro tudo mal. O dinheiro nesta vida é peça fundamental"

"Quando Cabral aqui chegou e semeou sua semente, naturalmente começou a lapidação do ambiente"


Discografia :
http://www.kotonette.com/2009/06/discografia-bezerra-da-silva.html







Entrevista para o Casseta (clique para aumentar)