Com essas referências, Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos. Seu imaginário é fruto de intensa pesquisa de Arte Popular, de Cultura Pop e referências contemporâneas de Street Art.
Sua gráfica é marcante e fortemente ligada à pintura gestual. Rabiscos, escorridos, manchas são elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase ou palavra escrita numa tipografia toda própria. A cor também é elemento essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o fluor, a purpurina ou a tinta metalizada.
Quando fazia graffiti, ainda nos anos noventa, recebia muitas críticas dos ‘puristas’, por que ao invés de usar apenas o spray, o artista subvertia e recorria às ferramentas mais improváveis para pintar as paredes: giz de cera, cantas, lápis, colagem, entre outras.
Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns hits de sucesso gravados por bandas pop, como CPM22 ou Cansei de Ser Sexy. Suas habilidades musicais têm muito a ver com a ‘sonoridade’ da sua pintura, ditada pela alternância de ritmo, pelas texturas repletas de ruídos e dissonâncias ou pelo volume de pinceladas espessas ao lado de leves rabiscos feitos a lápis.
Outro diferencial do artista, é que Carlos foi um dos primeiros artistas a usar o adesivo, como plataforma para o seu trabalho. Na virada do milênio, a Arte Urbana passava por grandes transformações e as novas gerações procuravam novos meios de intervir no ambiente das cidades. Esse movimento, chamado de Street Art, se consolidou nos anos seguintes e revigorou a arte pública feita por jovens nas grandes metrópoles.