20 de jan. de 2010

CARLOS DIAS!

Nascido em Porto Alegre, em 1975, Carlos Dias morou muitos anos em São Paulo, onde participou e teve contato ativamente com muitas sub culturas juvenis dos anos oitenta e noventa: skate, punk, hardcore, graffiti, street art, etc.

Com essas referências, Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos. Seu imaginário é fruto de intensa pesquisa de Arte Popular, de Cultura Pop e referências contemporâneas de Street Art.



Sua gráfica é marcante e fortemente ligada à pintura gestual. Rabiscos, escorridos, manchas são elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase ou palavra escrita numa tipografia toda própria.
A cor também é elemento essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o fluor, a purpurina ou a tinta metalizada.





Quando fazia graffiti, ainda nos anos noventa, recebia muitas críticas dos ‘puristas’, por que ao invés de usar apenas o spray, o artista subvertia e recorria às ferramentas mais improváveis para pintar as paredes: giz de cera, cantas, lápis, colagem, entre outras.


Sujeira, poluição, ruído e excesso visual são elementos constantes na obra do artista. Essa é uma expressividade barulhenta mesmo, que dialoga abertamente com a música do Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das últimas décadas.


Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns hits de sucesso gravados por bandas pop, como CPM22 ou Cansei de Ser Sexy. Suas habilidades musicais têm muito a ver com a ‘sonoridade’ da sua pintura, ditada pela alternância de ritmo, pelas texturas repletas de ruídos e dissonâncias ou pelo volume de pinceladas espessas ao lado de leves rabiscos feitos a lápis.




Outro diferencial do artista, é que Carlos foi um dos primeiros artistas a usar o adesivo, como plataforma para o seu trabalho. Na virada do milênio, a Arte Urbana passava por grandes transformações e as novas gerações procuravam novos meios de intervir no ambiente das cidades. Esse movimento, chamado de Street Art, se consolidou nos anos seguintes e revigorou a arte pública feita por jovens nas grandes metrópoles.

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